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FMI: Economia mundial continua a crescer 3,5% este ano e 3,6% no próximo
Dinheiro Vivo


O FMI manteve as previsões do crescimento da economia mundial em 3,5% este ano e 3,6% no próximo, com uma redução da projeção de crescimento dos EUA a atenuar melhorias em outras economias, como a da zona euro. Na atualização ao ‘World Economic Outlook’, relatório com as previsões económicas mundiais, o Fundo Monetário Internacional (FMI) afirma que “não há dúvidas” de que a economia mundial está a recuperar, continuando a prever que o conjunto das economias mundiais cresce 3,5% em 2017 e 3,6% em 2018.

Ainda assim, a instituição sediada em Washington sublinha que “as projeções inalteradas para o crescimento mundial mascaram diferentes contribuições dos países” para a previsão global, sobretudo em duas das maiores economias: Estados Unidos e China. “De uma perspetiva de crescimento global, a revisão em baixa dos Estados Unidos é a mais importante. Nos próximos dois anos, a taxa de crescimento dos EUA deveria ficar acima do seu potencial, mas reduzimos as nossas estimativas porque a política orçamental nos EUA parece vir a ser menos expansionista do que prevíamos em abril”, afirma o economista-chefe do FMI, Maurice Obstfeld, numa nota publicada juntamente com a atualização das previsões. A estimativa de crescimento dos EUA foi reduzida de 2,3% para 2,1% em 2017 e de 2,5% para 2,1% em 2018. Também a projeção de crescimento económico do Reino Unido para 2017 foi reduzida, de 2% para 1,7%, devido a um desempenho económico “mais fraco do que o esperado” no primeiro trimestre deste ano e porque, segundo Maurice Obstfeld, “o derradeiro impacto do ‘Brexit’ na economia britânica permanece por saber”. Por outro lado, as estimativas de crescimento para este ano foram revistas em alta para o Japão, de 1,2% para 1,3%, mas o FMI destaca sobretudo a melhoria na zona euro, de 1,7% para 1,9%, onde as “surpresas positivas da atividade económica no final de 2016 e no início de 2017 apontam para uma recuperação sólida” da economia do conjunto dos países da moeda única europeia. Também a China, na lista de economias em desenvolvimento do FMI, vê as perspetivas de subida do PIB aumentarem, prevendo-se agora um crescimento de 6,7% em 2017 e de 6,4% em 2018 (mais 0,1 e 0,2 pontos percentuais, respetivamente, do que o estimado em abril). Em suma, e de acordo com a atualização do FMI, em 2017 as economias avançadas crescem 2% (ritmo igual ao previsto em abril) e as em desenvolvimento sobem 4,6% (mais 0,1 pontos percentuais do que o previsto há três meses); e em 2018, as economias avançadas abrandam o ritmo de crescimento para 1,9% (menos 0,1 pontos percentuais do que o estimado anteriormente) e as em desenvolvimento crescem 4,8% (sem alterações). Ainda assim, “as projeções das taxas de crescimento para 2017-2018 continuam abaixo das médias anteriores à crise, sobretudo para a maior parte das economias avançadas e para as em desenvolvimento que exportam matérias-primas”, salienta o fundo. A instituição liderada por Christine Lagarde admite alguns riscos a esta previsão: alguma incerteza política (do ‘Brexit’ e das políticas orçamentais dos EUA), tensões financeiras (do crescimento do crédito na China, quanto à estabilidade da banca na zona euro ou à política monetária dos EUA), protecionismo ou questões não económicas (como tensões geopolíticas). Nesse sentido, o FMI defende que deve ser promovido o comércio livre, um crescimento mais inclusivo e fortalecido o momento de crescimento económico (através de políticas orçamentais, monetárias e estruturais).