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BMW: "Em Portugal encontramos muito talento e vontade de inovar"
Jornal de Negocios


A opção de criar uma "joint venture com a portuguesa Critical Software permitiu a implementação rápida do centro tecnológico em Portugal - no Porto e em Lisboa- indicou esta quinta feira Christoph Grote, vice-presidente sénior do BMW Group Electronics.

Christoph Grote considerou que a criação da "joint venture" foi o "fim de uma viagem de um ano". "Estudamos várias localizações e em Portugal encontramos talento, muito talento e vontade de inovar", reforçou.

"Foi isso que nos permitiu ter já cerca de 200 pessoas a trabalhar", explicou o gestor, num encontro com a imprensa no Web Summit.

A distribuição geográfica é de "cerca de dois terços no Porto e de um terço em Lisboa. Lisboa esta um pouco 'over hyped'", acrescentou.

Grote referiu que a escolha da Critical para parceira se deveu à larga experiência em produzir e criar software "fiável".

O responsável indicou que cerca de 140 a 150 dos colaboradores da Critical TechWorks, a "joint venture", provêem da Critical Software.

Klaus Straub, vice-presidente sénior do BMW Group Information Management, sublinhou que "a digitalização será um dos pilares na próxima década". "Estamos a passar de ser uma empresa de mobilidade para sermos uma empresa de mobilidade e tecnologia", defendeu.

Concluímos que tínhamos de ter uma maior criação interna de software para sermos mais rápidos e ágeis, sintetizou.

E para ter maior agilidade, a fabricante automóvel alemã aposta na descentralização. "Cada vez mais o mais importante é a funcionalidade, a interacção entre o consumidor e o automóvel. O carro será o exo-esqueleto", disse Cristoph Grote.

Ambos os responsáveis sublinharam que a parceria com a Critical Software é "para o longo prazo".

Com sede no Porto e dois centros de engenharia, um em Lisboa e outro na Invicta, a Critical TechWorks conta já com duas centenas de colaboradores.

Apesar de só ter iniciado oficialmente as operações a 8 de Outubro deste ano, a Critical TechWorks atingiu uma dimensão, em termos de pessoal, superior aos centros tecnológicos ligados à indústria automóvel de rivais como a Mercedes-Benz ou a Volkswagen.

A "joint-venture" é detida a 51% pela BMW e a 49% pela empresa portuguesa liderada por Gonçalo Quadros. No entanto, coube à Critical Software nomear o CEO (presidente executivo) e o "chief financial officer" (CFO ou administrador financeiro) da nova empresa, Rui Cordeiro e Paulo Guedes, respectivamente. O grupo BMW conta com dois representantes no conselho de administração: Jochen Kirschbaum e Martin Zierheim.

A Critical TechWorks dedica-se ao desenvolvimento de soluções de software para aplicação no sector automóvel, em áreas como a conectividade de veículos inteligentes, "smart factories", "customer ecosystems", serviços de mobilidade, realidade aumentada e análise de dados.