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“Saio com gratidão por ter servido o país que amo”. A demissão com lágrimas de Theresa May
Observador


As dores de cabeça do sucessor de May

Theresa May está de saída, os conservadores arranjam um novo líder e tudo está bem quando acaba bem? Não exatamente.

O próximo primeiro-ministro continuará a ter de lidar com a dor de cabeça do Brexit, como relembra o correspondente de política da Sky News Jon Craig. Que desafios terá o sucessor de May enfrentar?

  • A matemática no parlamento continua a ser complicada. Há posições para todos os gostos (pró-hardBrexit, pró-união aduaneira, pró-referendo, pró-modelo Noruega, anti-Brexit, anti-união aduaneira, anti-hardBrexit…) e encontrar uma solução que reúna o apoio de uma maioria continua a ser complicado, seja quem for o primeiro-ministro.
  • Bruxelas não está disposta a ceder. Renegociar o acordo disponível parece praticamente impossível, portanto a não ser que o sucessor de May defenda uma saída sem acordo, parece difícil perceber como pode ser conseguida uma solução melhor.
  • O governo está completamente dividido. Os ministros dividem-se: alguns como Amber Rudd e Phillip Hammond são contra umhardBrexit, outros como Penny Mordaunt ou Liam Fox são entusiastas dessa possibilidade.

Graham Brady, o 11º candidato possível à sucessão? Pelo menos 10 são fortes candidatos

O Observador fez uma pequena coletânea com os 10 candidatos mais prováveis à liderança dos conservadores,que pode ver aqui. Já há três confirmados (Boris Johnso, Jeremy Hunt e Esther McVey), o antigo e o atual detentor da pasta dos Negócios Estrangeiros, mas há muito mais candidatos prováveis que se podem apresentar na corrida.

E eis que surge agora o rumor de que pode haver um 11.º: o presidente do Comité 1922 (grupo parlamentar dos conservadores), Graham Brady, que se reuniu com May ainda hoje para a pressionar demitir-se. Trata-se de Graham Brady, que anunciou à Press Association que se irá demitir no cargo por ter sido abordado por muitos colegas que lhe pediram que se candidatasse: “Decidi demitir-me do cargo de presidente do Comité 1922 para garantir um processo de eleição justo e transparente”, justificou.

Significa que está a considerar concorrer? Em breve saberemos

Quem pode ser o sucessor de May? Há 10possíveis

Homens, mulheres, novos, velhos, brexiteers e remainers. Muitos conservadores estão a espreitar a oportunidade de substituir Theresa May. Conheça aqui os mais prováveis.

Por Carolina Branco

Jeremy Hunt anuncia candidatura à liderança dos tories

Jeremy Hunt, atual ministro dos Negócios Estrangeiros de May, acaba de anunciar a sua candidatura à liderança dos conservadores.

A notícia foi dada ao jornal local do seu círculo eleitoral, o Franham Herald. “Faz sentido que seja o meu círculo eleitoral o primeiro a saber”, anunciou num evento político. De seguida gravou um vídeo onde presta homenagem a May, destacando a sua “coragem e determinação”.

Boris Johnson: a 31 de outubro, "o Reino Unido vai sair da UE, com ou sem acordo"

O homem que é visto como mais provável sucessor de Theresa May na liderança do partido conservador (e do governo em Downing Street),Boris Johnson, já fez alguns comentários sucintos à saída de Theresa May.

Citado pela agência Bloomberg, Boris Johnson disse defender uma abordagem “pragmática” ao Brexit, sendo certo que é preciso o país se “preparar” para a eventualidade de uma saída sem acordo.

Não queremos uma saída sem acordo, mas a única forma de termos um bom acordo é prepararmo-nos para uma saída sem acordo”, afirmou.

Boris Johnson não parece ter dúvidas de que,a 31 de outubro “o Reino Unido vai sair da UE, com ou sem acordo“.

Reação dos mercados a estas palavras? A libra acentuou as quedas da manhã, no mercado cambial.

Kremlin descreve mandato de May como "período muito complicado"

O Kremlin descreveu hoje o mandato de Theresa May como “um período muito complicado” para as relações entre o Reino Unido e a Rússia, indicando “acompanhar com atenção” a situação após o anúncio da demissão da primeira-ministra britânica.

Infelizmente, não me lembro de qualquer contribuição para o desenvolvimento das relações bilaterais entre a Rússia e o Reino Unido. É mais o oposto, o mandato da primeira-ministra May constitui um período muito complicado do nosso relacionamento”, referiu o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, à imprensa.

Peskov escusou-se a comentar o anúncio da demissão de May e salientou ainda que a Rússia está a acompanhar “com grande atenção todos os processos relacionados com o ‘Brexit’, que afetam não apenas o Reino Unido, mas também a situação na União Europeia”.

Se o Reino Unido quiser repensar a sua decisão de sair, Portugal ficará muito contente"

À entrada para o tradicional almoço na Cervejaria Trindade, que marca as últimas horas da campanha socialista para as eleições europeias, o Ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva reagiu à demissão da Primeira-Ministra britânica, Theresa May.

Para Santos Silva, a saída de May significa “uma crise política no Reino Unido, mas todos sabemos que eles têm os mecanismos necessários para as soluções rápidas das crises e portanto esperemos que haja um novo governo e sobretudo que as autoridades britânicas possam ser mais claras de forma a que a aprovação do acordo negociado entre a União Europeia e o Reino Unido possa fazer-se”, diz o responsável pela diplomacia portuguesa.

O Ministro dos Negócios Estrangeiros considera que a existência de um novo prazo para resolver a questão do Brexit, “significou da parte da União Europeia a manifestação de uma disponibilidade que é a atitude que nos tem caracterizado”, lamentando apenas que continue a faltar “uma decisão dos britânicos”.

Augusto Santos Silva aproveitou para recordar que Portugal tem sido “dos países europeus que mais se empenharam que o acordo fosse feito de forma a garantir os interesses europeus e britânicos” e também dos países “que mais se batem para que a relação futura entre a União Europeia e o Reino Unido seja a mais próxima possível”, acrescentando que “como todos temos dito — o Presidente da República, o Primeiro-Ministro e eu próprio –, se o Reino Unido quiser repensar a sua decisão de sair, Portugal ficará muito contente”, conclui.