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Parlamento britânico aprova emenda para tentar evitar Brexit sem acordo
Jornal de Negocios
Economia


Boris Johnson não é ainda líder do Partido Conservador e já vê o parlamento do Reino Unido aprovar uma medida preventiva destinada a travar as suas pretensões.

Esta quinta-feira, 18 de julho, os deputados britânicos aprovaram, por uma surpreendente alargada margem de 41 votos, uma emenda que impossibilita Downing Street de suspender os trabalhos parlamentares no período compreendido entre 9 de outubro e 18 de dezembro.

Em termos práticos, a emenda que apresentada por um grupo de deputados multipartidário, liderado por dois parlamentares, um do Partido Trabalhista e outro do Partido Conservador, impede que o futuro governo britânico limite a ação da Câmara dos Comuns de forma a concretizar um Brexit sem enquadramento jurídico.

Esta é uma ação destinada a limitar a capacidade de atuação do favorito na corrida à liderança dos "tories" e consequentemente à sucessão de Theresa May na liderança do executivo britânico.

É que Boris Johnson já garantiu que, se até à data prevista (31 de outubro) para a saída do bloco europeu não tiver sido alcançado um novo acordo com a União Europeia, então o Reino Unido sairá de forma desordenada.

Foi também o próprio a admitir suspender o parlamento para evitar que os deputados, que há meses aprovaram uma emenda a rejeitar um cenário de Brexit sem acordo, inviabilizem uma saída sem enquadramento jurídico acerca do divórcio e sem acordo sobre os princípios que devem nortear a relação futura entre os dois blocos.

Já o rival de Johnson na corrida à liderança dos conservadores, Jeremy Hunt, atual ministro dos Negócios Estrangeiros, é contra a ideia lançada pelo seu antecessor na chefia da diplomacia britânica que limitaria a atuação do parlamento.

Se até 31 de outubro o parlamento do Reino Unido não tiver ainda aprovado os termos do divórcio com a UE – os deputados já chumbaram três vezes o acordo de saída negociado por May com Bruxelas -, então o Brexit consuma-se sem acordo.

A presidente eleita da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, assumiu estar disposta a aditar novamente a data para consumar o Brexit se o próximo executivo britânico apresentar razões válidas.

Theresa May deve deixar a liderança dos conservadores na próxima semana.