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Portugal com maior queda da UE na venda de carros em junho
JORNAL DE NEGÓCIOS


Portugal, com uma quebra homóloga de 56,2%, foi o pior país em termos de vendas de automóveis ligeiros de passageiros em junho, revelou esta quinta-feira a Associação de Construtores Europeus de Automóveis (ACEA).

A média da União Europeia (UE) cifrou-se numa queda de 22,3% no mês passado, ainda a recuperar do forte impacto da pandemia da covid-19.
França, tradicionalmente o segundo maior mercado europeu, destacou-se ao apresentar uma subida de 1,2%, sendo o único país com um saldo positivo. As 233.814 viaturas vendidas permitiram ao mercado gaulês superar o crónico líder, a Alemanha, que, com uma queda de 32,3%, apenas vendeu 220.272 unidades.

Além de Portugal, os mercados com pior desempenho em junho foram a Croácia (-49,4%), Lituânia (-40,8%) e a Holanda (-39,2%).

Portugal só melhor que Croácia e Espanha no semestre
Nos primeiros seis meses do ano as descidas mais pronunciadas pertenceram à Croácia (-54,4%), Espanha (-50,9%) e Portugal (-49,4%).

A média da UE foi de um decréscimo homólogo de 38,1%, o que equivale a menos 2,63 milhões de automóveis vendidos.

No primeiro semestre os países com quebras mais ligeiras foram os nórdicos Finlândia (-21,4%) e Suécia (-25,1%), que implementaram restrições mais suaves face à pandemia.

A Alemanha manteve o estatuto de maior mercado europeu, com 1,21 milhões de veículos, o que representa um decréscimo de 34,5% e menos cerca de 640 mil carros. Já França passou de 1,17 milhões para 716 mil viaturas vendidas, um decréscimo de 38,6%.

Os dois restantes maiores mercados da Europa - Itália e Reino Unido - também caíram abaixo da fasquia de um milhão de unidades. O país transalpino, um dos mais atingidos pela pandemia, viu as vendas encolherem de 1,08 milhões para 584 mil (-46,1%), enquanto o mercado britânico passou de 1,27 milhões para 653 mil carros vendidos (-48,5%).

Volvo, Toyota e BMW resistem melhor, grupos franceses e Fiat mais castigados
A Volvo, a Toyota e a BMW foram os três grupos automóveis que menos impacto sofreram com a pandemia.

A Volvo registou uma subida de 1,6% nas vendas em junho e uma quebra semestral de 27,4%. Já a Toyota, com as marcas Toyota e Lexus, apresentou um decréscimo de registou um recuo de 16,2% no mês passado e de 27,4% na primeira metade do ano.

O grupo BMW, que inclui a BMW e a Mini, viu as vendas encolherem 18,9% em junho e 30,1% no semestre.

A Daimler contabilizou quedas de 16% em junho e 35,9% em termos semestrais, mas os números são penalizados pela Smart, que passou a vender apenas veículos 100% elétricos. A principal marca da Daimler, a Mercedes-Benz, cedeu 6,1% em junho e 28,8% nos primeiros seis meses do ano.

No extremo oposto encontram-se os grupos franceses Renault e PSA, bem como o italo-americano Fiat Chrysler Automobiles (FCA).

O grupo Renault (Renault, Dacia, Lada e Alpine) sofreu uma quebra de 15,7% em junho e de 41,5% no semestre.

Já a PSA, liderada por Carlos Tavares e que conta com a Peugeot, Citroën, Opel e DS, registou uma descida homóloga de 28,3% em junho e de 43,7% no semestre.

A FCA - Fiat, Jeep, Lancia/Chrysler e Alfa Romeo - viu as vendas caírem 28,4% em junho e 46% nos primeiros seis meses do ano, fruto da preponderância do mercado italiano nas suas vendas.

O grupo Volkswagen, líder na UE, também foi bastante atingido. O grupo - que inclui a Volkswagen, Audi, Skoda, Seat e Porsche - sofreu um queda de 24,8% no mês passado e de 34,8% entre janeiro e junho.