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Governo vai rever projeções para o PIB, admite Siza Vieira depois da queda de 16,5% do PIB
Jornal Económico


O ministro da Economia admitiu que o Governo irá rever as projeções do PIB inscritas no Orçamento Suplementar. Em reação aos dados de queda da economia de 16,5% no segundo trimestre, Pedro Siza Vieira sustenta que estão em linha com as estimativas da Comissão Europeia, e que em junho já se registaram sinais de retoma, mas que os dados obrigam a uma revisão.

“É uma quebra do PIB que confirma aquilo que já se sabia, que nós tivemos os meses de abril e maio, uma queda muito acentuada da atividade económica, com uma grande quebra do consumo privado, com uma quebra do investimento, mas sobretudo com uma grande quebra das exportações”, disse o ministro da tutela, em declarações aos jornalistas, transmitidas pela Sic Notícias, nesta sexta-feira. “Estes números vão obrigar a refletir das projeções que constam do Orçamento Suplementar, não é nada que não antecipássemos já. Vão levar-nos a fazer essa reflexão”, admitiu.

Após a divulgação dos dados preliminares do Instituto Nacional de Estatística (INE) que apontam para um tombo da economia de 16,5%, em termos homólogos, e de 14,1% em cadeia, no segundo trimestre, e à semelhança do Ministério das Finanças,Siza Vieira explicou que aquebra deriva também de recuos muito significativas em toda a zona euro e, em particular, nos maiores clientes das exportações de Portugal. “Espanha, Itália, França, Alemanha, todas tiveram quedas superiores àquelas que estavam estimadas. Como exportamos em grandes quantidades para este países é normal que também sejamos afetados nesta dimensão”, realçou.

“Ao contrário do que sucedeu noutros países, a queda do PIB no segundo trimestre em Portugal, está alinhada com as previsões que a Comissão Europeia divulgou no início de julho. Temos uma quebra no segundo trimestre face ao primeiro trimestre de 14,1%”, acrescentou ainda.Pedro Siza Vieira sinalizou que “a maior intensidade da contração económica se verificou nos meses de abril e maio, e em junho a economia já teve uma ligeiríssima recuperação”, garantindo que os governantes se irão manter “atentos aos próximos tempos”.

“É de esperar que neste trimestre já teremos um crescimento relativamente ao segundo trimestre, cujos números conhecemos agora. Vamos ver qual é o ritmo de crescimento da economia nestes meses até ao final do ano para tentar perceber qual será no conjunto do ano de 2020, o impacto desta pandemia na nossa economia. Queda muito abrupta no segundo trimestre, recuperação no terceiro e quarto trimestre, vamos ver a que ritmo”, afirmou.

O ministro admitiu ainda que “perante a magnitude da quebra da receita, todos os apoios públicos não são suficientes”.

“Não conseguimos compensar as empresas, não conseguimos manter o nível de receitas das empresas àquele nível que anteriormente elas tinham e podiam contar. O que estamos a tentar fazer é disponibilizar às empresas portuguesas um conjunto e uma panóplia alargada de apoios, que poderão escolher em função da sua situação específica”, vincou.