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CARLOS MOEDAS NÃO ACREDITA QUE TURISMO VENHA A TER PROGRAMA EUROPEU ESPECÍFICO
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O administrador da Fundação Calouste Gulbenkian e antigo comissário europeu, Carlos Moedas, não acredita que o turismo venha a contar com um programa financeiro europeu específico e alerta que, para serem rapidamente aprovados, os projetos turísticos que Portugal venha a apresentar, no âmbito do fundo de recuperação europeu, devem respeitar critérios como o digital, ambiental ou de sustentabilidade.

“Penso que haverá, dentro do fundo de recuperação, uma parte que será alocada ao turismo, mas certos países, sobretudo os frugais, não vão deixar que isso fique separado”, considerou Carlos Moedas, durante a 3.ª Web Conference promovida pela Confederação do Turismo de Portugal (CTP), que decorreu esta terça-feira, 22 de setembro, sobre o tema ‘Brexit. A Europa em tempos de pandemia’.

Carlos Moedas entende, no entanto, que essa até pode ser uma boa notícia, já que representa “uma oportunidade para o turismo”, uma vez que, explicou, “o turismo representa uma percentagem tão relevante da economia da Europa que, se apresentar os projetos certos, poderá ter oportunidade até de ir buscar mais que outros setores”.

De acordo com o antigo comissário europeu, para que os projetos turísticos sejam aprovados a nível europeu, devem incluir critérios como o digital, ambiental ou de sustentabilidade, já que 37% do fundo – cuja dotação é de 750 mil milhões de euros – fica reservado para apoiar projetos que sejam sustentáveis ou verdes, e onde a componente do digital deve estar igualmente presente.

“Enviar projetos para Bruxelas que não tenham a componente ambiental e a componente digital, não é muito inteligente. Vamos ter de trabalhar muito nessas áreas”, disse ainda Carlos Moedas, frisando que Portugal deve “preparar projetos que vão exatamente nessa direção para que sejam rapidamente aprovados”.