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JORNAL DE NEGÓCIOS
Houve entretanto uma recuperação, diz o responsável, notando que se “atingiu uma normalidade nessa temática”. O líder da APS acredita que Portugal deverá passar por um fenómeno semelhante ao de outros países que saíram do confinamento e onde as pessoas começaram a utilizar mais o carro e a evitar os transportes públicos. Isto levou a um aumento da sinistralidade. “Temos depois um segundo fenómeno, que é termos custos de reparação mais caros”, diz, explicando que as reparações “levaram mais tempo por causa dos efeitos da paragem”. As peças demoraram mais tempo a chegar e os clientes estiveram mais tempo com os carros de substituição cobertos pelos seguros, explica ao Negócios.
Ainda assim, refere José Galamba de Oliveira, houve seguradoras que, após uma análise da sua carteira, “já anunciaram iniciativas para, na renovação da anuidade, aumentarem a bonificação”. Isso “significa um prémio mais baixo para a frente”, afirma José Galamba de Oliveira, notando que há outros casos em que as companhias estão a anunciar que vão “devolver já uma parte do prémio deste ano”. Portanto, “essa preocupação está muito presente nas companhias de seguros”.
“Não há aqui nenhuma estratégia concertada”, garante, afirmando que em causa está o facto de “cada companhia [estar] a analisar a sua carteira e a perceber as consequências do confinamento e o impacto que teve na sua carteira e a chegar à conclusão de que há uma parte disso que de facto pode ser devolvida aos tomadores de seguros”. E isto resultará, na prática, numa redução dos prémios. “Ou dos prémios atuais – há companhias a devolver ‘cash’, portanto, a fazer um crédito – ou então na prestação futura do próximo ano”.
Os números mais recentes do regulador dos seguros, a Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões, mostram que, entre 13 de maio e 31 de agosto, as seguradoras renegociaram o pagamento dos prémios de 3,2 milhões de contratos, sobretudo no ramo automóvel. Além disso, os dados da entidade liderada por Margarida Corrêa de Aguiar revelaram que em perto de quatro milhões de apólices – sendo a maioria referente a seguros automóvel (2,3 milhões) e de incêndio e outros danos (1,3 milhões) – a validade das coberturas obrigatórias foi prolongada em 60 dias.
A moratória nos prémios dos seguros foi uma das medidas adotadas pelo Governo de António Costa, no início de maio, para apoiar as famílias e empresas mais penalizadas pela pandemia de covid-19, tendo a solução sido prolongada até 31 de março do próximo ano.