Associação Nacional dos Locadores de Veículos
CIRCULAR INFORMATIVA
Nº 216
ACD – VIATURAS ADQUIRIDAS EM SETEMBRO – VEÍCULOS NOVOS E VEÍCULOS COM MAIS DE 3 MESES DE MATRICULA (RAC 2)

Exmos. Senhores Associados,

Consciente da importância da informação estatística para as empresas suas associadas, há alguns anos, a secção de ACD - Aluguer de Curta Duração (rent-a-car) da ARAC, a qual agrega todas as empresas que se dedicam ao aluguer de viaturas sem condutor em regime de curta duração, comumente conhecido por rent-a-car, emite um relatório sintético sobre a aquisição de viaturas.

A estatística é uma ferramenta fundamental, a qual se for bem aplicada, permite aos dirigentes empresariais a tomada de decisões com confiança, sendo que, as escolhas somente apresentarão resultados eficientes se tiverem como base dados exatos e comprovados por amostras estatísticas efetuadas, pela empresa ou por entidades especializadas, que recolham dados do setor em causa de forma abrangente, que permitirão a cada uma das empresas saberem a sua posição na atividade económica que desenvolvem.

Agradecemos a todas as empresas associadas da ARAC da Secção de ACD-Aluguer de Curta Duração o contributo prestado ao longo do ano, sem o qual, a elaboração deste relatório não seria possível.

Mês de Setembro:

O mercado português de veículos ligeiros de passageiros e comerciais ligeiros encerrou o mês de setembro com um volume de vendas de 14.362 unidades, registando um crescimento de 14,4% face mês homólogo do ano anterior, segundo elementos fornecidos pela ACAP – Associação Automóvel de Portugal. No canal de rent-a-car as aquisições de ligeiros de passageiros novos atingiram as 2.557 unidades.

No que respeita a veículos novos o conjunto das empresas associadas da ARAC que se dedicam à atividade de aluguer de curta duração (veículos ligeiros de passageiros, comerciais ligeiros, motos e pesados de mercadorias) adquiriram no mês de setembro um total de 2.862 veículos face aos 2.050 adquiridos em período homólogo do ano anterior.

Tendo em conta a importância do número de viaturas de ocasião (RAC’2) adquiridas pelas empresas de rent-a-car na composição da frota de viaturas em utilização na atividade representada pela ARAC e com vista a uma melhor compreensão do mercado, o Gabinete de Estudos e Estatística da ARAC passou no ano de 2016 a divulgar mensalmente um quadro estatístico referente a este tipo de veículos, anexando-se para o efeito o quadro estatístico referente ao mês de setembro, cifrando-se as aquisições registadas em 483 ligeiros de passageiros e 141 ligeiros de mercadorias.

Ano de 2022 – Breve análise

Tem-se verificado no corrente ano uma quebra significativa do número de viaturas adquiridas pelas empresas de rent-a-car e rent-a-cargo face ao ano anterior e sobretudo face ao ano de 2019 (ano pré-crise pandémica).

As cadeias de produção dos construtores de veículos automóveis continuam longe dos níveis pré-pandemia, pois as fábricas continuam a ter falta de semicondutores para incorporação nos veículos, existindo atualmente milhares de automóveis produzidos parqueados á espera do fornecimento de semicondutores para que se proceda á entrega dos mesmos.

Face á situação descrita, os fabricantes deram prioridade aos canais de venda mais rentáveis. O canal mais prejudicado perante esta situação é o dos alugadores de veículos (rent-a-car, rent-a-cargo e renting), tendo os fabricantes privilegiado o canal de venda a particulares.

A ARAC entende que os fabricantes não deverão esquecer o contributo determinante das empresas de aluguer de veículos há vários anos a esta parte, os quais sempre foram um setor que os apoiou nos tempos difíceis em que não tinham compradores para as viaturas produzidas.

No presente ano a frota de pico das empresas de rent-a-car em Portugal apenas atingiu 93.500 veículos face às cerca de 125.000 unidades registadas em 2019, o que fará com que no ano em curso, em que o turismo demonstra uma clara recuperação, se preveja que sejam atingidos valores idênticos ao do período pré- pandemia, pois a oferta de veículos de rent-a-car será inferior á procura, o que certamente será decisivo para o crescimento das taxas de ocupação.

A toda esta situação acresce ainda a redução ou mesmo o fim nalguns casos dos descontos de quantidade praticados pelos fabricantes às empresas de rent-a-car, o aumento do custo do transporte e movimentação de viaturas e o aumento dos custos os combustíveis, o que consequentemente conduzirá a aumento dos preços a praticar junto da dos clientes, pois obviamente qualquer empresa irá certamente repercutir o aumento de custos nas tarifas a cobrar.

No que respeita às zonas do país mais afetadas pela falta de veículos, diremos que os Açores e Madeira lideram a escassez de viaturas disponíveis, seguindo-se o Algarve, Porto e Lisboa, as quais como é sabido são zonas de forte impacto turístico.

Refira-se por fim que a escassez de viaturas de rent-a-car e rent-a-cargo terá uma influência determinante na oferta de viaturas de ocasião para venda, os chamados veículos seminovos, os quais que como é sabido são maioritariamente provenientes da renovação das frotas de rent-a-car e rent-a-cargo.

Para qualquer esclarecimento adicional, agradecemos que contactem o Gabinete de Estudos e Estatística da ARAC, o qual se encontra ao vosso inteiro dispor.

Com os melhores cumprimentos

O Secretário-Geral

Joaquim Robalo de Almeida