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Preços das casas ainda sobem (5,2%), mas menos – é o menor aumento desde 2015
Idealista


Ospreços das casas em Portugal continuam a subirem tempos de pandemia, embora a umritmo mais lento. No primeiro trimestre de 2021, aumentaram5,2%face ao mesmo trimestre de 2020, umcrescimento homólogo, no entanto,inferiorao registado nosúltimos trimestres, sendo preciso recuar até ao quarto trimestre de 2015 – quase seis anos – para encontrar um valor mais baixo. Em causa estão dados divulgados esta quarta-feira (23 de junho de 2021) pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).

“No primeiro trimestre de 2021, a taxa de variação homóloga do Índice de Preços da Habitação (IPHab) foi 5,2%, menos 3,4% que no trimestre anterior (8,6%). Este resultado traduziu-se noaumento de preços menos expressivoregistadodesde o quarto trimestre de 2015 (5%)”, lê-se nosite do INE.

O instituto adianta ainda que, nos primeiros três meses de 2021, o ritmo de crescimento dos preços dascasas usadasfoi superior ao observado nascasas novas: 5,4% e 4,5%, respetivamente.

Vendidas mais casas que há um ano

Relativamente ao número e valor das transações, ambos os indicadores aumentaram em termos homólogos. “Entre janeiro e março de 2021, foram transacionadas43.757 habitaçõescom um valor total de6,9 mil milhões de euros, traduzindo-se num aumento, face a idêntico período do ano anterior, de 0,5% e 2,5%, respetivamente”, conclui o INE.

O número de casas vendidas (43.757), apesar de ser inferior ao verificado no último trimestre do ano passado (49.734) –um record trimestral histórico em plena pandemia–, começa aaproximar-se dos níveis verificados na pré-pandemia: no primeiro trimestre de 2020 foram vendidas 43.532 casas e no primeiro trimestre de 2019 foram transacionadas 43.826.

“Por meses [no primeiro trimestre de 2021], janeiro e fevereiro evidenciaram reduções de 8,3% e 14,1%, respetivamente, no número de transações e de 8,3% e 8,5%, pela mesma ordem, em valor. Recorde-se que nestes dois meses foram introduzidas restrições à mobilidade com o agravamento da pandemia e que comparam com dois meses de 2020 em que a pandemia estava apenas a iniciar o seu efeito. Em março, pelo contrário, as transações realizadas aumentaram aproximadamente 27,5% em termos homólogos, quer em número quer em valor, refletindo em grande medida um efeito de base devido à comparação incidir sobre março de 2020, mês já fortemente afetado pela pandemia Covid-19”, explica o INE.

Valor das vendas atinge os 6,9 mil milhões de euros

No que diz respeito ao valor dos alojamentos transacionados nos primeiros três meses de 2021, ascendeu a6,9 mil milhões de euros,sendo que5,6 mil milhõesforam relativos a imóveisexistentese1,3 mil milhõesa habitaçõesnovas. “Estes valores representam aumentos homólogos de 2,5%, no caso do total e de 4,1% na categoria das habitações existentes. Relativamente às habitações novas, o valor apurado evidencia uma redução de 3,7% relativamente ao mesmo trimestre de 2020”, sublinha o INE.

De referir que o valor dos alojamentos vendidos entre janeiro e março deste ano (6,9 mil milhões de euros) é inferior ao verificado notrimestre anterior (7,5 mil milhões), mas superior ao registado nosprimeiros trimestres de 2020 e 2019: 6,7 mil milhões e 6,1 mil milhões, respetivamente.

Lisboa concentra um terço das casas vendidas

Um terço (33,6%) das casas vendidas no país no primeiro trimestre de 2021 encontram-se na Área Metropolitana de Lisboa (AML), ou seja, 14.713 em 43.757. Este foi, segundo o INE, o terceiro trimestre consecutivo em que se observou uma redução (-1,9%) no peso relativo desta região.

“O Norte,com12.713 transações, concentrou 29,1% do total (+1,1% em termos homólogos). Na região Centro foram transacionados 8.541 alojamentos,correspondendo a um peso relativo de 19,5%, que tem aumentado há quatro trimestres consecutivos. NoAlgarve, o número de transações totalizou as3.240 unidades, um registo muito próximo do observado no Alentejo (3.035). No Algarve, o registo obtido traduziu-se numa redução do peso relativo desta região, -1,2%, para um total de 7,4%, enquanto no Alentejo, este foi o quinto trimestre consecutivo onde se observou um aumento da quota relativa regional, fixada em 6,9% no trimestre em análise. Na Região Autónoma dos Açores e na Região Autónoma da Madeira foram transacionados 606 e 909 alojamentos, respetivamente, representando, 1,4% e 2,1%, pela mesma ordem, do número total”, aponta o INE.

Em termos de valor total das habitações transacionadas por região, a AML representou, nos primeiros três meses do ano,45,6% do valor total,menos 2,2% que no período homólogo. Já na região Norte, os alojamentos transacionados totalizaram 1,7 mil milhões de euros, cerca do dobro da região Centro. “As quotas relativas regionais das duas regiões aumentaram 1,8% e 1%, respetivamente”, nota o INE, salientando que o Alentejo, com um valor de 299 milhões de euros (4,3% do total), apresentou também um aumento da sua quota (+0,8%).

“No período em análise, oAlgarve representou 9,4% do valor total das transações, correspondente a um decréscimo de 1,2% face a idêntico período do ano anterior. O valor das transações de habitações na Região Autónoma dos Açores e na Região Autónoma da Madeira representaram 0,9% e 2%, respetivamente, do total, com uma redução homóloga de 0,3% no primeiro caso e um peso relativo inalterado, no segundo”, conclui o instituto.