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27 mil milhões de euros de receitas até 2027: realidade ou miragem sem um novo aeroporto?
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O presidente do Turismo de Portugal (TdP), Luís Araújo, reiterou, no congresso da Associação da Hotelaria de Portugal (AHP), a intenção de chegar aos 27 mil milhões de euros em receitas até 2027.

No entanto, a meta estabelecida no plano estratégico do turismo para esta década não está a convencer o setor, principalmente por falta de uma solução para o aumento da oferta aeroportuária em Lisboa.

“Este é o crescimento que queremos ter: 27 mil milhões de euros em receitas em 2027, consegue-se da mesma maneira que se conseguiu até agora: Triplicámos o volume de receitas turísticas em 10 anos, aumentámos em 60% em cinco anos (2015-2019)”, disse Luís Araújo no o painel que deu o pontapé de saída do congresso nacional da AHP, a decorrer em Albufeira.

“A fasquia que o TdP está a impor é exagerada”, afirmou Manuel Proença, presidente da Hoti Hotéis, que participou no mesmo painel de Luís Araújo. “Só há duas maneiras: ou aumentámos o preço ou metemos para cá muito mais turistas (turismo de massas). Não temos grande margem de aumento de preço. O Turismo de massas a mim, pessoalmente, também não me agrada, como toda a a gente sabe tem inconvenientes grandes. Prefiro turismo “com massa””, disse o presidente da cadeia hoteleira, parafraseando André Jordan.

Também José Theotónio, CEO dos Pestana Hotel Group, não está convencido com esta meta. “Para chegar a essa meta dos 27 mil milhões de euros de receitas não sei como vai ser. Os turistas emoram duas horas a chegar da Europa e depois demoram três horas à porta do aeroporto para passar pelo SEF”, questionou no mesmo painel.

Já o presidente da Vila Galé, Jorge Rebelo de Almeida, presente na discussão, teceu critícas duras á falta de uma solução aeroportuária: “Temos ganho notoriedade, mas a história do aeroporto é uma tristeza, é uma piada. O aeroporto é pior que as obras de Santa Engrácia porque nem sequer tem o projeto aprovado. Se o ridículo matasse, estávamos todos mortos. É uma imagem tenebrosa do país”.

Manuel Proença rematou dizendo: “Sem aeroporto não chegamos aos 27 mil milhões nem pouco mais ou menos. O aeroporto é uma questão central que tem de ser resolvida. Esta novela tem que terminar.”