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Desde 2018 que renting e leasing valem um terço das vendas de carros
DINHEIRO VIVO


Os portugueses estão cada vez mais a alugar carros em vez de os comprar. Desde 2018 que as opções de renting e leasing representam mais de um terço das vendas de automóveis novos ligeiros de passageiros em Portugal. Nos últimos cinco anos, 2020 foi o ano em que houve mais veículos matriculados através desta opção.

No ano passado, foram matriculados 145 417 automóveis novos ligeiros de passageiros. Destes,36,3% foram registados através da compra por renting e leasing, no valor total de 1,28 mil milhões de euros, calcula o Dinheiro Vivo a partir de dados da Associação Automóvel de Portugal (ACAP) e da associação que representa as empresas de leasing, factoring e renting (ALF).

Através do renting, particulares e empresas pagam uma renda fixa para alugar um carro novo a prazo e com quilómetros limitados. Nesta opção, também é preciso pagar pela depreciação do veículos e os serviços necessários para o funcionamento e conservação.

No leasing, os carros são cedidos temporariamente por uma empresa (locador). No final do contrato, o veículo pode ser comprado por um montante pré-determinado, que corresponde ao valor residual.

Ainda assim, foi no ano pré-pandemia (2019) que os contratos de aluguer ou de renda valeram mais dinheiro, no total de 1,84 mil milhões de euros. Nesse ano, houve 79 963 automóveis de passageiros que foram comprados mas cujos donos não são os condutores. A quota de mercado foi de 35,72%.

O leasing é a opção favorita dos portugueses, representando mais de 20% das vendas de carros desde 2018. Nesse ano e em 2019, o valor dos contratos de leasing chegou a ultrapassar os mil milhões de euros.

Nos dois anos antes da pandemia, as empresas de aluguer de automóveis precisaram de reforçar as frotas para responder à forte procura dos turistas. Nestes contratos, os riscos de desvalorização dos veículos passam para os locadores.

Com a pandemia a perturbar as vendas, o montante total dos contratos baixou para 800 milhões de euros no ano passado. Nos primeiros nove meses deste ano, as transações valeram mais de 633 milhões de euros. Nesta categoria, as empresas têm absorvido dois terços dos contratos.

A maior quota de mercado do renting foi atingida no ano passado, representando 15,44% das vendas dos automóveis ligeiros de passageiros. Em 2020, houve 22 451 veículos que foram comprados desta forma, no valor total de 486,75 milhões de euros.

No entanto, no ano anterior, os acordos para comprar um carro em renting atingiram o montante mais elevado, de 660 milhões de euros.

Há cinco anos, em 2016, os contratos de leasing e de renting valiam um quarto das vendas de automóveis novos de ligeiros de passageiros, com 25,59%. Na altura, as transações valeram 1,12 mil milhões de euros, montante abaixo do ano da chegada da covid-19.

As empresas foram as principais responsáveis pelo crescimento, de 10 pontos percentuais, nos contratos de leasing nos últimos cinco anos. Em 2016, os acordos com estas empresas valiam 8,79% das vendas de automóveis novos, no valor de 370,43 milhões de euros.

O Dinheiro Vivo obteve ainda dados sobre os contratos de renting para veículos ligeiros comerciais. Nesta tipologia, 2018 foi o ano mais valioso, com 7367 carrinhas compradas, em transações avaliadas em 106,2 milhões de euros. No ano seguinte, houve 7108 automóveis comerciais comprados em regime de renda, no montante de 101,3 milhões de euros.

A pandemia também afetou o desempenho das carrinhas, que registaram 4664 contratos no ano passado, no valor de 70,5 milhões de euros. Entre janeiro e setembro deste ano já houve 2847 veículos comerciais adquiridos em renting, no montante de 46 milhões de euros.

No final de setembro, as empresas de renting geriam um total de 119 587 veículos ligeiros, mais 0,4% do que no mesmo mês do ano passado. A frota está avaliada em 1,92 mil milhões de euros, segundo informações da ALF.

"A ligeira expansão das frotas geridas em renting traduz parcialmente o prolongamento dos contratos existentes como forma de apoio aos clientes", justificou a associação na mais recente publicação de dados, no mês passado.