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Em vez de se verificar um desconto de 15,5 cêntimos na gasolina e de 14,2 cêntimos no gasóleo, a baixa do ISP ainda só gerou uma redução em média de dez cêntimos por litro, assumiu ontem António Costa, após uma videoconferência com o primeiro-ministro ucraniano. E na sequência do que já tinham explicado as empresas petrolíferas, Costa apontou a subida do petróleo nos mercados internacionais e escudou-se com as margens de lucro das gasolineiras e operadores que atuam no processo de abastecimento, notando que a componente fiscal é apenas uma das partes para a fixação do preço final do gasóleo e da gasolina.
Tal como garantiu na terça-feira o ministro do Ambiente, Duarte Cordeiro, também o líder do Executivo reiterou ontem a promessa de que o governo "não hesitará em tomar as medidas necessárias caso se verifique que há abusos aproveitando a redução da tributação". O primeiro-ministro rejeitou a hipótese de fixar um máximo para as margens de lucro de companhias e postos de combustíveis, embora a lei já o permita desde outubro de 2021. E isso porque a Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE) ainda não indicou essa necessidade. Para o chefe do governo, uma limitação das margens pode ocorrer "sob proposta da ERSE, ouvida a Autoridade da Concorrência".
"Até ao momento, a ERSE não apresentou qualquer proposta e, da análise que fez, não considera que neste momento se justifique a adoção dessa medida, porque em regra e em média tem vindo a existir um ajustamento do preço sem abuso das margens", afirmou.
O governo prometeu que, a partir de 2 de maio, a carga fiscal dos combustíveis cairia 20 cêntimos, permitindo reduzir em 62% o aumento do preço da gasolina e em 42% o aumento do preço do gasóleo. Tal ainda não se verificou. A ASAE já recebeu 200 denúncias, mas só detetou uma situação de incumprimento na redução do ISP.