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Pedro Siza Vieira é o novo sócio da PLMJ
JORNAL DE NEGÓCIOS


Pedro Siza Vieira, ex-ministro da Economia e da Transição Digital, vai regressar à advocacia, sendo o novo sócio da PLMJ. O ex-governante inicia funções a partir do mês de setembro.

Siza Vieira vai "coordenar uma equipa multidisciplinar dedicada à assessoria às empresas e ao setor financeiro", segundo informação avançada ao Negócios pela firma de advocacia fundada por José Miguel Júdice.

"Foi com muito entusiasmo que aceitei o convite da PLMJ para me integrar na equipa como sócio. Na PLMJ encontrei uma equipa extremamente motivada e de elevadíssima qualidade, com uma visão sobre a nossa profissão e o modo de operar em sociedade muito alinhada com a minha", afirma o ex-ministro numa declaração escrita enviada ao Negócios.

E acrescentou: "Estou muito satisfeito com a perspetiva de regressar à profissão que é a minha há trinta anos e que interrompi nos últimos tempos, e de poder contribuir para melhor servir as empresas nacionais e os investidores estrangeiros que procuram o nosso país".

Também numa nota escrita,Bruno Ferreira, managing partner da PLMJ, afirma que a contratação do Pedro Siza Vieira deixa os responsáveis da sociedade de advocacia particularmente entusiasmados."O Pedro tem uma carreira brilhante na advocacia, acompanhou alguns dos projetos mais estruturantes da economia portuguesa e tem um reconhecimento nacional e internacional assinaláveis", frisa, adiantando que para a sua contratação "vai seguramente representar um acelerador" na missão da firma de estar ao lado das empresas nacionais.

Pedro Siza Vieira chegou ao Governo anterior pela mão do primeiro-ministro, António Costa, seu amigo de longa data. Apesar disso, o ex-ministro da Economia não foi reconduzido no atual Executivo de maioria absoluta, uma decisão que acabou por surpreender.

Como advogado, Pedro Siza Vieira passou pela Morais Leitão, J. Galvão Teles, & Associados (como
então se designava), onde foi sócio a partir de 1997. Fundou depois o escritório da Linklaters em
Lisboa, onde foi managing partner entre 2006 e 2016.

Foi também presidente da Associação Portuguesa de Arbitragem, integrou a Comissão Executiva da Estrutura de Missão para a Capitalização de Empresas e foi professor convidado da Faculdade de Direito da niversidade Nova de Lisboa e da Faculdade de Direito da Universidade Católica.

Pouco depois de assumir funções como ministro da Economia, Siza Vieira pediu escusa para lidar com "matérias relacionadas com o setor elétrico", já que a Linklaters Portugal representou a China Three Gorges no processo de Oferta Pública de Aquisição (OPA) que lançou à EDP.


Na mesa fase, foi confrontado com a polémica em torno de um eventual conflito de interesses por terparticipado na abertura de uma empresa de compra e venda de bens imobiliários e consultoria empresarial. Acabando por admitir ter ficado "magoado" com o episódio e a pressão política a ele associado.

No início da carreira, o advogado Manuel Magalhães e Silva, então secretário-adjunto para a Administração e Justiça de Macau, convidou-o a rumar a Oriente, onde se cruzou com Costa, Lacerda Machado e Eduardo Cabrita.


Tem três filhos e é casado com Cristina Siza Vieira, companheira desde os anos de faculdade e um dos rostos mais reconhecidos do setor do turismo em Portugal.

Do ponto de vista pessoal, gosta de correr e cantar.

Mais recentemente, o ex-ministro passou a integrar o espaço de comentário político do programa da TSF "Bloco Central", onde já afirmou que "Costa tem de melhorar o comando político" e que a polémica em torno do aeroporto "vem desgastar o Governo".