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Salário médio líquido sofre maior queda desde 2014, revela INE
multinews.sapo


Apesar de a remuneração bruta mensal média por trabalhador ter subido 4% acelerando face ao mesmo perído de 2021, na realidade, considerando a inflação (taxa de inflação foi de 9,1% no período em questão), os salários médios totais em Portugal recuaram 4,7% em termos reais no segundo trimestre do ano, segundo revelou esta quinta-feira o Instituto Nacional de Estatística (INE).

No trimestre que terminou em setembro, a remuneração bruta total mensal média por trabalhador subiu 4%, passando de 1.302 para 1.353 euros – já a componente regular e a componente base daquela remuneração aumentaram 3,8% e 3,7%, situando-se em 1.145 euros e 1.076 euros, respetivamente.

Já o salário médio líquido dos trabalhadores interrompeu uma tendência de valorização que durava desde 2014: o INE revelou que o salário líquido registou uma queda de 0,5% entre julho e setembro, devido à crise energética e à inflação, de 5 euros, a maior descida dos últimos 8 anos, altura de saída da troika do país.

A análise de extensas bases administrativas da Caixa-Geral de Aposentações e da Segurança Social abrangeu 4,5 milhões de postos de trabalho e conclui que “em termos reais, tendo como referência a variação do Índice de Preços do Consumidor, a remuneração bruta total média diminui 4,7%”.

Em relação a setembro de 2021, os maiores aumentos da remuneração total foram observados nas atividades de educação (7,1%), nas empresas de um a quatro trabalhadores (6,6%), no setor privado (4,9%) e nas empresas de serviços de alta tecnologia com forte intensidade de conhecimento (6,4%).

Não foram observadas variações negativas da remuneração total, tendo as menores variações homólogas sido observadas nas atividades de administração pública e defesa; segurança social obrigatória (0,5%), nas empresas com 500 ou mais trabalhadores (1,8%), no setor das administrações públicas (2,0%) e nas empresas de serviços financeiros com forte intensidade de conhecimento (0,8%).

No que se refere à remuneração bruta regular mensal média por trabalhador – que exclui, entre outras componentes salariais, os subsídios de férias e de Natal, pelo que tem um comportamento menos sazonal – aumentou 3,8% no terceiro trimestre em relação ao período homólogo de 2021, passando de 1.104 euros para 1.145 euros.

Contudo, ajustando para a inflação, a remuneração bruta regular mensal média por trabalhador recuou 4,9%.

Já a remuneração bruta base mensal média por trabalhador aumentou 3,7% no período, passando de 1.037 euros para 1.076 euros, mas diminuiu 4,9% considerando a inflação.