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A sustentabilidade no turismo e no aluguer de meios de mobilidade sem condutor
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Entendemos que todos os agentes económicos que integram a atividade turística devem contribuir para a sustentabilidade desta importante atividade económica que no nosso país já é considerada o motor da Economia.

Num Turismo sustentável deverão ser utilizados de forma adequada os recursos ambientais, respeitada a autenticidade socio cultural das comunidades, bem como assegurar que as atividades económicas são viáveis a longo prazo, de modo a evitar situações que se têm registado nalguns países em que depois de um boom turístico curto, devido á não programação adequada, encontramos hoje localidades que submergiram e se tornaram autênticos desertos ou mesmo cidades fantasmas, devido á falta de planeamento e consequente análise e execução da sustentabilidade das mesmas.

A sustentabilidade pressupõe a participação ativa dos steakeholders, a qual deve ser constantemente monitorizada, de forma a manter um nível elevado de satisfação dos turistas, os quais são a razão da existência do nosso negócio.

As Nações Unidas aprovaram em 2015 a Agenda 2030, a qual é constituída por 17 objetivos de desenvolvimento sustentável, os quais nunca é demais referir: 1- erradicar a pobreza; 2- erradicar a fome; 3- saúde e qualidade; 4- educação e qualidade; 5- igualdade de género; 6- agua potável e saneamento; 7- energias renováveis e acessíveis; 8- trabalho digno e crescimento económico; 9- indústria, inovação e infraestruturas; 10- reduzir as desigualdades; 11- cidades e comunidades sustentáveis; 12- produção e consumo sustentáveis; 13- ação climática; 14- proteger a vida marinha; 15- proteger a vida terrestre; 16- paz, justiça e instituições eficazes; 17- parcerias para a implementação dos objetivos, sendo que o Turismo tem contribuído direta e indiretamente para todos estes objetivos, nomeadamente para o trabalho digno e crescimento económico, produção e consumo sustentáveis, proteger a vida marinha e ação climática.

No que respeita á ação climática merece realce todo o contributo das empresas de locação de meios de mobilidade sem condutor para o combate á emissão de gases com efeito de estufa.

Na década de 2010-2019, as emissões médias anuais de gases com efeito de estufa atingiram os níveis mais altos de todos os tempos, apesar da desaceleração da taxa crescente dessas emissões, o que nos revela que sem a implementação de medidas que gerem reduções imediatas e profundas de emissões em todos os setores da Economia onde se inclui o Turismo, as metas propostas pelos países não serão alcançáveis.

Ao nível da locação de veículos sem condutor, há muito que o setor se propôs contribuir para a redução das emissões de carbono, com o objetivo final de atingir as zero emissões.

Para o efeito as empresas de aluguer de veículos sem condutor têm vindo a substituir a frota de veículos ligeiros de passageiros e ligeiros de mercadorias a combustão por veículos elétricos ou híbridos, com o abandono da aquisição (sempre que tal é possível) de veículos a combustão.

Temos a convicção de que o rent-a-car será neste século o porta-estandarte da descarbonização da mobilidade automóvel e da racionalização do número de veículos em circulação, nomeadamente através da alteração do paradigma da propriedade pelo da utilização e á semelhança do que aconteceu no início do século passado com a substituição dos veículos de tração animal pelos veículos
motorizados, o rent-a-car será mais uma vez o motor da transformação da mobilidade.

Nas atividades representadas pela ARAC, há já alguns anos (desde o aparecimento dos primeiros veículos elétricos) que as empresas locadoras começaram a colocar nas suas frotas á disposição do publico veículos elétricos e híbridos.

Diremos no entanto que é no campo da clientela empresarial onde se regista uma maior procura de veículos elétricos e híbridos, pois a ainda escassa rede de postos de carregamento públicos e privados contribui decisivamente para a ainda reduzida procura de veículos de emissões zero pela clientela oriunda do segmento do Turismo (o qual representa 60% da atividade das empresas de rent-a-car), pois existe ainda o fundamentado receio por parte destes clientes de ficarem com o veiculo imobilizado durante o percurso, situação que caracteriza bem a necessidade urgente de uma maior disseminação de postos de carregamento por todo o país.

Entretanto e enquanto os postos de carregamento são insuficientes, as empresas de aluguer de veículos sem condutor têm adquirido um grande número de veículos híbridos maioritariamente plug-in com vista a poderem reduzir as emissões de CO 2, contribuindo deste modo para um planeta mais sustentável.

Para além do combate às emissões de carbono por via da substituição de veículos a combustão por veículos mais amigos do ambiente, as empresas de locação de veículos sem condutor há muito que perceberam ter em termos de gestão ambiental de reduzir o uso de papel, nomeadamente na celebração de contratos de aluguer, arquivo de documentação e faturação, realizando atualmente muitas empresas todos estes procedimentos com recurso a meios digitais.

No topo destes procedimentos encontramos as empresas que já possuem meios de entrega e devolução de viaturas com total automatismo com recurso a evoluídas plataformas de reservas, celebração de contratos e disponibilização dos veículos contratados através de quiosques digitais, situação que há alguns anos poderia parecer ficção científica.

Toda esta permanente evolução que não cessará nunca, tem como principal objetivo a prestação de um serviço de excelência ao cliente, sendo que a modernização e tecnologia de vanguarda há muito fazem parte do ADN das empresas de locação meios de mobilidade sem condutor.

Por Joaquim robalo de Almeida

Secretário geral daARAC – Associação Nacional dos Locadores de Veículos.