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Preços da energia descem 55% para as famílias e até 34% para as empresas em 2023
JORNAL DE NEGÓCIOS


O ministro do Ambiente da Ação Climática, Duarte Cordeiro, anunciou esta quinta-feira que em 2023 os preços da energia em Portugal vão "pesar menos na carteira dos portugueses e das empresas" e vão "ajudar a puxar a inflação [de 4%] do país para baixo".

Ou seja, em sentido contrário do que aconteceu em 2022, quando os preços da eletricidade e do gás atingiram picos históricos que provocaram ondas de choque em todos os setores económicos, com empresas a fechar portas, os preços de produção a disparar, com efeitos diretos nos aumentos dos preços finais ao consumidores.
"Não estamos ainda a falar em valores pré crise", mas em 2023 as famílias vão poder poupar 55% na fatura da eletricidade e as empresas entre 24 e 38%%", disse o ministro, anunciando também que o Governo não vai deixar cair o apoio de 20 cêntimos por litro nos combustíveis, enquanto a taxa de carbono vai voltar a ser introduzida gradualmente no preço da gasolina e do gasóleo.

Quanto às poupanças nas faturas da luz, o ministro deu exemplos e garantiu que no mercado regulado uma família sem filhos terá uma redução de 57 cêntimos entre dezembro e janeiro, enquanto num agregado de quatro pessoas a conta baixará 1,41 euros.

Já no mercado liberalizado, frisou Duarte Cordeiro, a esmagadora maioria dos consumidores portugueses poderá encontrar "evoluções abaixo da inflação com descontos entre 11 e 15%, ou mesmo manutenções de preços, sem aumentos" entre 2022 e 2023.

"Os preços reais da energia serão mais baixos no próximo ano face a 2022", voltou a frisar o ministro, dando, desta vez, exemplo da poupança num comercializador do mercado livre que maior desconto anunciou. A Galp fala em quedas nos preços médios para 2023 na ordem dos 15%. A Iberdrola, por exemplo, anunciou reduções na ordem dos 11%. Já a EDP deu conta de aumentos médios de cerca de 3%.

No exemplo apresentado pelo ministro, uma família sem filhos pagará menos seis euros por mês, passando de uma fatura de 40 para 34 euros. Já uma família com dois filhos verá uma poupança de 15 euros, com a conta da luz a descer de de 99 para 84 euros.

"A conclusão é que há ofertas de tarifas de eletricidade mais baratas no liberalizado e os consumidores devem usar o simulador da ERSE para comparar tarifas e encontrar a solução mais económica", frisou Duarte Cordeiro, garantindo que isto só foi possível pela injeção de 4,5 mil milhões de euros no sistema elétrico nacional, com efeitos diretos nas tarifas de acesso às redes, que em 2023 serão todas negativas.

Ou seja, com grande benefícios nos preços tanto no mercado regulado como liberalizado. Para as famílias, este benefício traduz-se numa poupança de 55% na fatura, segundo estimativas da ERSE reveladas pelo Governo esta quinta-feira. Já nas empresas a poupança pode variar entre 24 e 38%, graças ao impacto da redução das tarifas de acesso às redes.

Já no gás é o contrário. Mais de 100 mil pessoas já passaram para o mercado regulado desde outubro, com a tarifa regulada a continuar a ser a mais atrativa tanto para domésticos (poupança de 65% face ao preço mais baixo do mercado livre) como para pequenos negócios (poupança de 70%).

Para as empresas, o Governo tem em vigor vários apoios às faturas de gás.