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Mobilizar, regular e descentralizar para crescer
DIÁRIO NOTÍCIAS


A estratégia de mobilidade - a mobilidade elétrica, o turismo no momento atual e no futuro, a condução inteligente e os veículos autónomos, bem como os enquadramentos económicos e jurídicos destas novas atividades, num mercado, em que, atendendo à importância da mobilidade na composição de qualquer produto turístico, as empresas, independentemente da sua dimensão, são hoje confrontadas com ambientes altamente concorrenciais e variáveis, os quais exigem uma dinâmica de ajustamento empresarial cada vez maior são temas no foco da ARAC.

Duvidas não parecem restar de que as empresas de aluguer de veículos estão no centro de uma série de grandes transformações que vão para além da sua natureza comercial. Para além da importância cada vez maior que as empresas representadas pela ARAC têm assumido nas exportações com a consequente entrada de divisas no nosso país e a criação de postos de trabalho diretos e indiretos, importa realçar a grande importância na proteção ambiental, na mudança de comportamentos numa sociedade que passa cada vez mais a valorizar o uso em detrimento da propriedade.

Assistimos também atualmente a uma tendência que aponta para o aprofundamento da digitalização e desmaterialização das operações de locação de meios de mobilidade, com o surgimento de serviços suportados por sistemas e tecnologias de informação e comunicação complexos, mas de utilização simples, que permitem a acessibilidade de veículos 24 horas por dia, 7 dias por semana.

A complementar estas duas tendências assistimos a uma terceira, que tem a ver com os novos modelos de negócio.

Para que as empresas possam beneficiar dos avanços tecnológicos, precisam entender que urge alterar não apenas as ferramentas com as quais se gere uma empresa, mas sobretudo como essas inovações requerem mudanças de cultura e de modelos de negócio.

Em Portugal, as atividades de rent-a-car e sharing encontram-se regulamentadas em diploma legal específico para o efeito, ao contrário dos outros países da Europa, onde estas atividades não dispõem de um diploma legal único, encontrando-se a regulamentação dispersa em vários diplomas legais.

E as matérias regulamentadas neste diploma estão em linha com a Europa?

É importante que estejam sob pena de perdermos o que temos ganho nos últimos anos face aos demais países, nomeadamente em termos turísticos.

Recentemente a transposição de uma diretiva europeia referente à cobrança de taxas em vias portajadas extravasou o diploma que lhe deu origem e tem trazido sérios problemas às empresas de aluguer de veículos sem condutor, com reflexos na própria atividade turística.

Estamos, no entanto, convictos que dentro da razoabilidade e do rigor jurídico será certamente possível rever tal legislação de forma consensual, de modo que a situação concorrencial com os demais países (em particular com a vizinha Espanha) não seja desvirtuada, o que teria implicações negativas para a economia nacional.

No ano em que a ARAC completa 48 anos de existência como associação de empregadores (pois a sua fundação data de 1958 enquanto GITA - Grémio dos Industriais de Transportes em Automóveis), a IV Convenção Nacional da ARAC foi mais um marco para a nossa associação que representa 90% do setor de locação de veículos sem condutor que, desde 1975 tem demonstrado coragem para enfrentar grandes desafios de um setor que não pára de crescer.

Está em preparação a criação de uma nova plataforma de serviços com vista a que as empresas possam tercearizar com a sua associação tarefas que não constituam a sua atividade principal. Estamos certos de que a descentralização de tais tarefas proporcionará novas oportunidades de crescimento.

Secretário-Geral da ARAC-Associação Nacional dos Locadores de Veículos