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IV Convenção ARAC: Segmentar os mercados para fazer o turismo crescer
AMBITUR


AIV Convenção da Associação Nacional dos Locadores de Veículos (ARAC) realizou-se a 31 de março, no Montebelo – Mosteiro de Alcobaça – Historic Hotel. Dela fez parte Filipe Silva,vogal do Conselho de Administração do Turismo de Portugal, que distinguiu a segmentação de mercados com um propulsor de crescimento no setor turístico nacional.

Com este conceito, o orador refere-se à divisão de alguns mercados, nomeadamente aqueles “que são considerados consolidados” em Portugal, noutros com características mais específicas. Assim será possível extrair daí melhores proveitos “do ponto de vista de receitas”. Não se trata necessariamente de mais pessoas ou mais dormidas no país, como explica Filipe Silva, mas sim de “um acréscimo de receita média por cada turista com origem nesses mercados”.

Este trabalho implica, contudo, um esforço acrescido por parte das várias entidades envolvidas. É promovido pelo Turismo de Portugal em conjunto com parceiros públicos e privados, “no sentido de chegar aos segmentos que estão na disposição de gastar” mais, em termos médios, “quando visitam o nosso país”.

A segmentação de que Filipe Silva fala está associada à “forte aposta na inovação” que o Turismo de Portugal tem desenvolvido. É com base nesta inovação que o orador confia na possibilidade que o setor do turismo português tem para continuar a crescer, mesmo apesar do contexto socioeconómico da atualidade mundial, com o aumento da inflação, a guerra na Ucrânia e a diminuição no poder de compra.

De resto, a inovação faz parte do “foco estratégico do Turismo de Portugal”, como fez no momento em que se viu o setor do turismo recuperar da pandemia de covid-19 com dados muito positivos, em 2022. Filipe Silva salientou dois pontos relevantes.

Um deles está patente na perceção que os mercados e consumidores têm do trabalho que Portugal fez durante a pandemia, em termos de segurança sanitária. O outro é “a perceção que o turista tem da proposta de valor que temos para oferecer ao longo do território”. A junção desses elementos, conjugada com o esforço coletivo dos setores público e privado, foi aquilo que, para Filipe Silva, permitiu alcançar os “excecionais resultados” em termos globais.

No entanto, sem descorar a heterogeneidade dos intervenientes no setor. O orador reconheceu o franco crescimento ao nível das receitas turísticas, no ano passado – de 15,4% face a 2019 –, mas reconhecendo que é preciso atentar à “realidade daquilo que é a lógica de cada uma das empresas”. “Estamos a falar de um setor composto em mais de 90% por micro e pequenas empresas, com grandes desafios do ponto de vista tecnológico, de recursos humanos, financeiro”, considerou o responsável.

Filipe Silva participou no painel “Que Turismo amanhã? Quantos milhões de turistas em 2027? O ‘low cost’ – um modelo de negócio incontornável?”, do qual também fizeram parte Pedro Machado, presidente do Turismo Centro de Portugal,‍Nuno Costa, diretor comercial de Aviação da ANA – Aeroportos de Portugal,José Blanco, ‍chief sales officer do Europcar Mobility Group eAntónio Moura Portugal, sócio da DLA Piper ABBC e diretor executivo da Associação das Companhias Aéreas em Portugal (RENA).

A moderação esteve a cargo de Rosália Amorim, diretora do Diário de Notícias.