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Intrum interessada no malparado da banca portuguesa
Jornal de Negocios


A Intrum Portugal vê com bons olhos, no plano nacional, negócios similares ao do banco italiano Intesa Sanpaolo, que acordou com a empresa sueca de gestão e recuperação de créditos a venda de parte da sua carteira de NPL ("non-performing loans", vulgo crédito malparado).


"Em relação a Portugal, nunca fizemos um acordo desta envergadura nem uma parceria deste género, com a criação de uma nova empresa para gerir um portefólio, mas não é nada que para nós não possa ser interessante", disse ao Negócios o director-geral da Intrum Portugal, Luís Salvaterra.


"Nós compramos portefólios de créditos, mas veríamos com interesse se alguma entidade bancária em Portugal quisesse fazer algo semelhante" ao negócio anunciado com o Intesa Sanpaolo, referiu Luís Salvaterra.


E reiterou: "Somos uma empresa especializada na aquisição, serviço e tratamento destes dados e veríamos com bons olhos um acordo semelhante, já que seria bom para a Intrum e para o banco em causa."


A Intrum Justitia passou a denominar-se apenas Intrum após a fusão, no ano passado, com a Lindorff. A empresa está presente em 24 países e encontra-se em Portugal desde 1997, onde gere actualmente uma carteira no valor de 2,5 mil milhões de euros.


Esta semana, o Intesa Sanpaolo esteve no centro das atenções, devido à proposta da sueca Intrum de compra de activos tóxicos do banco italiano, o que lhe permitirá ver-se livre de 10,8 mil milhões de euros em crédito malparado.


Na terça-feira, o conselho de administração do banco deu luz verde ao negócio, avaliado em 3,6 mil milhões de euros, que o ajudará a reduzir o seu rácio de crédito malparado face aos empréstimos totais, de 12% para 9,6%, segundo a Reuters.


A proposta da Intrum implica a compra da plataforma de gestão de NPL do Intesa e a criação de um administrador no mercado italiano de empréstimos no retalho, através da integração das plataformas de malparado italianas do Intesa Sanpaolo e da Intrum, que inclui um contrato de 10 anos para a gestão dos créditos incobráveis do banco italiano.


O grupo escandinavo ficará com 51% da "joint-venture" que agrupará então o crédito malparado do banco italiano e o que a Intrum já detém através das operações em Itália.


A nova companhia, sublinha a Reuters, irá gerir cerca de 40 mil milhões de euros de dívida tóxica, tornando-se assim um interveniente de relevo no mercado italiano do serviço da dívida.