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Transportes deram resposta hoje, mas pressão vai aumentar alertam ministros
EXPRESSO


Neste primeiro dia de desconfinamento houve incógnitas que se revelaram e não correram mal. Mas não significa isto que estejam resolvidas ou que corram sempre assim. A principal é o funcionamento dos transportes públicos. Para medir o pulso à resposta, o Governo pôs de manhã cedo os dois ministros com tutelas do setor na rua e o que viram foi uma resposta positiva, disseram, tanto dos utilizadores como dos transportes. Mas a "pressão" vai aumentar e nem tudo poderá correr bem, alertaram Pedro Nuno Santos e João Pedro Matos Fernandes.

Na fase do desconfinamento, uma das intenções era a de retirar pressão dos transportes públicos, onde é mais difícil manter o distanciamento e a lotação das carruagens e neste primeiro dia, essa técnica parece ter resultado. Houve um aumenta da procura nesta segunda-feira, mas permitiu que a lotação do Metro de Lisboa, disse o ministro do Ambiente, não fosse preocupante. "A procura é superior à da semana passada e os comboios vão a menos de dois terços", disse. "Não sabíamos e era a grande incógnita que seria a procura", desabafou. Nos barcos e no Metro de Lisboa houve um "elevado grau de civismo", defendeu.

Mas nem tudo pode correr sempre bem. Daqui para a frente é preciso monitorizar as lotações dos transportes e nem em todos essa será uma tarefa fácil. Quem o disse foi o ministro das Infraestruturas e Habitação, Pedro Nuno Santos, que admitiu que haverá uma maior dificuldade em manter as lotações baixas nas horas de ponta nas linhas de comboios das áreas suburbanas e por isso pediu "responsabilidade individual" na hora de entrar num comboio.

Isto porque, referiu, a oferta da CP "foi reposta a 100%", mas não é possível aumentar mais. Aqui entram mais dois problemas para os transportes além da dificuldade de monitorização: a falta de comboios e o facto de não ser possível aumentar a frequência de comboios em hora de ponta em linhas que já estão no seu limite de comboios por hora."É muito difícil pôr mais comboios, não só porque não os temos, é uma dificuldade conhecida, mas porque a infraestrutura não consegue receber mais comboios", disse o ministro à saída a uma visita à Central de Segurança da IP.

Perante a dificuldade de "meter mais comboios nas horas de ponta", Pedro Nuno Santos diz que é preciso "lidar com esta dificuldade" e por isso assegura que o trabalho das empresas de transporte do Estado será o de "garantir o mínimo de problemas nos nossos comboios".

Na conversa que teve com os jornalistas, Pedro Nuno Santos não afastou a possibilidade de haver problemas nos comboios uma vez que se espera uma maior "pressão" nos próximos tempos. "Repusemos a oferta a 100%, Vamos agora controlando e monitorizando a utilização dos comboios, nas linhas onde ja temos mais problemasé praticamente impossível reforçarmos a oferta porque já temos o canal cheio", reforçou.

Apesar de um dia calmo, o ministro espera uma maior "pressão" nos próximos tempos e por isso pede aos utilizadores que tenham cuidado, uma vez que "o controlo da lotação é mais difícil" dos comboios suburbanos. "Há aqui uma dimensão de responsabilidade individual", frisou, pedindo às pessoas que não entrem em comboios "já cheios". Por agora, a "esmagadora maioria das pessoas" cumpriu com as normas estabelecidas, como o uso de máscaras e que neste momento há uma "boa lotação nos comboios que permite distanciamento".

Além de a lotação dos transportes estar abaixo do normal, o que está a correr bem, disseram ambos os governantes, foi a reacção das pessoas que cumpriram com as regras estabelecidas, nomeadamente o uso obrigatório de máscaras. O ministro do Ambiente referiu que a grande maioria das pessoas que utilizaram esta segunda-feira de manhã o metro ou os barcos de ligação entre as duas margens do Tejo utilizava máscara - e quem não o fez foi encaminhado pela autoridades para as comprar em máquinas de venda. - e que o máximo de lotação de transportes nesta segunda-feira foi um barco que fazia o percurso do Barreiro para o Cais do Sodré ter feito o percurso a 50%.