PRESS-RELEASE |
27-07-2022
Rent-a-Car 2022- A Falta de Viaturas

No início de junho de 2021, o turismo começou a dar os seus primeiros sinais de retoma, ainda que de uma forma tímida e com muitas incertezas, pois a pandemia ainda não estava totalmente controlada, salientando-se também que a atuação dos governos dos vários países não foi igual, tendo alguns deles revelado algumas incoerências.

Em Portugal, assistiu-se desde então a uma clara recuperação da atividade turística sobretudo na clientela nacional, a qual infelizmente é residual para o rent-a-car nacional, que teve, contudo, uma grande influência nos Açores e Madeira.

Em 2022, o principal objetivo que norteia as empresas associadas da ARAC é a sua recuperação económica, após uma crise de grande dimensão.

Agora que a procura parece estar a retomar a sua trajetória habitual, as empresas de rent-a-car portuguesas mostram confiança na retoma da atividade.

A falta de viaturas para as empresas de rent-a-car.

Tem-se verificado no corrente ano uma quebra significativa do número de viaturas adquiridas pelas empresas de rent-a-car e rent-a-cargo face ao ano anterior e sobretudo face ao ano de 2019 (ano pré-crise pandémica).

As cadeias de produção dos construtores de veículos automóveis continuam longe dos níveis pré-pandemia, pois as fábricas continuam a ter falta de semicondutores para incorporação nos veículos, existindo atualmente milhares de automóveis produzidos parqueados á espera do fornecimento de semicondutores para que se proceda á entrega dos mesmos.

Face á situação descrita, os fabricantes deram prioridade aos canais de venda mais rentáveis. O canal mais prejudicado perante esta situação é o dos alugadores de veículos (rent-a-car, rent-a-cargo e renting).

A ARAC entende que os fabricantes não deverão esquecer o contributo determinante das empresas de aluguer de veículos há vários anos a esta parte, os quais sempre foram um setor que os apoiou nos tempos difíceis em que não tinham compradores para as viaturas produzidas.

No presente ano a frota de pico das empresas de rent-a-car em Portugal não deverá ultrapassar os 92.000 veículos face às cerca de 125.000 unidades registadas em 2019, o que fará com que no ano em curso, em que o turismo demonstra uma clara recuperação, prevendo-se que sejam atingidos valores idênticos ao do período pré- pandemia, a oferta de veículos de rent-a-car seja inferior á procura, o que certamente será decisivo para o crescimento das taxas de ocupação.

A toda esta situação acresce ainda a redução ou mesmo o fim nalguns casos dos descontos de quantidade praticados pelos fabricantes às empresas de rent-a-car, o aumento do custo dos transporte e movimentação de viaturas e o aumento dos custos os combustíveis, o que consequentemente conduzirá a aumento dos preços a praticar junto da dos clientes, pois obviamente qualquer empresa irá certamente repercutir o aumento de custos nas tarifas a cobrar.

No que respeita às zonas do país mais afetadas pela falta de veículos, diremos que os Açores e Madeira lideram a escassez de viaturas disponíveis, seguindo-se o Algarve, Porto e Lisboa, as quais como é sabido são zonas de forte impacto turístico.

Refira-se ainda que a escassez de viaturas de rent-a-car e rent-a-cargo terá uma influência determinante na oferta de viaturas de ocasião para venda, os chamados veículos seminovos, os quais que como é sabido são maioritariamente provenientes da renovação das frotas de rent-a-car e rent-a-cargo.

Lisboa, 07 de Julho de 2022

Joaquim Robalo de Almeida

Secretário-Geral

ARAC