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Turismo foi responsável por um terço da recuperação do PIB no ano passado
DINHEIRO VIVO


Depois de a pandemia ter empurrado o turismo nacional para níveis de contratação históricos, o setor mostrou claros sinais de recuperação no ano passado. Ainda que com as amarras de vários constrangimentos e restrições, de uma atividade que se viu limitada na sua operação, o Valor Acrescentado Bruto gerado pelo Turismo (VABGT) registou um aumento nominal de 27,3%, representando 5,8% do VAB nacional (4,8% em 2020), estando ainda 2,3 p.p. abaixo de 2019, revela a estimativa preliminar da Conta Satélite do Turismo para 2021, apresentada esta segunda-feira, 27, pelo Instituto Nacional de 2021. Já o Consumo de Turismo no Território Económico (CTTE) foi equivalente a 10,1% do PIB (8,4% em 2020).

O ano de 2021 trouxe algum alento ao turismo com o alojamento turístico a receber 14,5 milhões de hóspedes (+ 39,4% face a 2020) e 37,5 milhões de dormidas (+ 45,2%). O Reino Unido, a Espanha, a Alemanha e a França foram os principais mercados emissores do país.

O gabinete de estatística adianta que entre janeiro e dezembro do ano passado o consumo turístico direto e indireto recuperou peso no produto interno bruto (PIB), para 8%, representando 16,8 mil milhões de euros, valor acima dos 6,6% em 2020 mas ainda inferior aos 11,8% registados em 2019.

"O ano de 2020 foi marcado por uma forte contração da atividade económica, que se traduziu numa diminuição de 8,4% do PIB em volume. A redução da atividade turística terá contribuído com -5,6 p.p. para aquele resultado, o que corresponde a cerca de dois terços da redução do PIB. Em 2021, o PIB aumentou 4,9%, em volume, com o turismo a contribuir com 1,8 p.p. para este resultado", explica a Conta Satélite.

O INE esclarece que esta recuperação se deve à retoma, no ano passados, dos serviços de alojamento, restauração e similares, transportes (especialmente os transportes aéreos) - na prática, os produtos que mais contribuem para o PIB turístico.

Depois de um pesado tombo 2020, assistiu-se a um crescimento expressivo (entre 14,4% e 59,1%) face ao ano anterior, "à exceção dos serviços de aluguer, que continuaram a registar um decréscimo".