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Do estacionamento obrigatório às quotas máximas: Lisboa quer apertar regras para os utilizadores de bicicletas e trotinetes públicas
multinews.sapo


A Câmara Municipal de Lisboa (CML) tem um plano para eliminar o caos e o “perigo” gerados por trotinetes e bicicletas elétricas mal estacionadas na capital, restringindo as zonas onde estes veículos podem andar e impondo outras regras, avança a ‘CNN Portugal’.

Segundo o documento a que a estação teve acesso, e que vai estar em consulta pública este ano, será possível obter dados para monitorizar a atividade da mobilidade partilhada na capital.

O objetivo é “planear a rede ciclável e restante infraestrutura, designadamente estacionamentos” e “perceber o papel da micromobilidade partilhada no sistema de mobilidade de Lisboa”, ajudando a tomar “decisões baseadas em dados que são mais consistentes e eficazes”.

O plano visa ainda “restringir a circulação dos velocípedes nas zonas pedonais” e aderira “uma plataforma única adotada”, havendo “integração com o transporte público”, nomeadamente relacionada com tarifários.

A autarquia quer também definir “quotas máximas e mínimas por zonas”, estabelecendo igualmente “zonas de não circulação, de não estacionamento e zonas de estacionamento obrigatório”.

Está ainda prevista a aprovação de uma linha de apoio direto e contacto formal fluente em português e localizado em Portugal para prestar assistência aos utilizadores destes veículos partilhados.

Trotinetes são “um perigo”

“As pessoas com deficiências visuais estão a ter mais medo de sair de casa perante o risco de sofrerem lesões provocadas por trotinetes elétricas e pelo seu mau estacionamento nos passeios e nas passagens de peões”, alerta Rodrigo Silva, presidente da Associação dos Cegos e Amblíopes de Portugal (ACAPO).

Em entrevista à ‘CNN Portugal’, o responsável sublinha que este meio de transporte é “um perigo” e tem “prejudicado gravemente um direito fundamental dos invisuais, e não só, que é o de poder sair à rua”.

Rodrigo Silva salienta que a ACAPO tem tido contactos com cidadãos cegos que passam por “coisas surreais”, nomeadamente quedas que têm origem num tropeção numa trotinete elétrica deitada no meio do passeio ou abalroamentos após a saída de uma paragem de autocarro, havendo também vários casos de bengalas partidas.

“Nos contactos, constatamos efetivamente que este tipo de situações tem aumentado exponencialmente e, em alguns casos, houve necessidade de estas pessoas serem hospitalizadas”, acrescenta.