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Tripulantes da TAP aprovam greve para os dias 8 e 9 de dezembro
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Os tripulantes da TAP vão avançar com uma greve nos dias 08 e 09 de dezembro, decidiram esta quinta-feira, dia 3, em assembleia geral do Sindicato Nacional Pessoal de Voo da Aviação Civil (SNPVAC), disseram fontes sindicais à Lusa.

Num comunicado aos associados, a que a Lusa teve acesso no dia 23 de outubro, a direção do SNPVAC informou que pediu uma assembleia geral para “debater o atual momento da empresa e apresentar as conclusões retiradas pela direção sobre a proposta de AE [Acordo de Empresa] enviada pela TAP, além de deliberar eventuais medidas a tomar – não descartando o recurso à greve”.

O sindicato dos tripulantes justifica o pedido de convocatória com os “sistemáticos atropelos” ao Acordo de Empresa em vigor e ao Acordo Temporário de Emergência.

A isso, diz, somam-se a “falta de respeito que a TAP tem vindo a ter perante os tripulantes” e as “mais do que questionáveis decisões de gestão que acabam por ter um impacto direto e indireto” na vida destes trabalhadores.

A situação “culminou mais recentemente com a denúncia do Acordo de Empresa em vigor, acompanhado de uma proposta de AE inenarrável”, acrescenta.

Também esta quinta-feira, o ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos, considerou que “o pior que podia acontecer” à TAP era a realização de uma greve que cause uma disrupção na vida da empresa num momento em que esta está a recuperar.

O ministro assumiu esta posição no final da reunião do Conselho de Ministros, em que foi aprovada uma proposta de Programa Nacional de Habitação, quando foi questionado sobre a possibilidade de realização de uma greve na TAP.

“O trabalho com os sindicatos, com a organizações que representam os trabalhadores da TAP vai continuar, mas obviamente que o pior que podia acontecer num momento em que a empresa está a recuperar e a dar os primeiros sinais positivos dessa recuperação, [era] termos uma greve que cause uma disrupção na vida da companhia”, disse o ministro das Infraestruturas e Habitação.

Pedro Nuno Santos afirmou estar bem ciente dos cortes salariais a que os trabalhadores estão sujeitos e a pressão que tal coloca nas suas vidas, mas ressalvou que não pode iniciar-se o fim estes cortes antes de a situação da empresa estar estabilizada.

“Tivemos um trimestre em que a companhia aérea deu lucro, mas a TAP tem, em 2022, ainda um prejuízo acumulado e tem um plano de restruturação ainda muito desafiante para implementar”, disse o ministro, sinalizando a importância do trabalho com os sindicatos.

Porém, ressalvou, uma greve, além da disrupção que causa, não tem em consideração “o esforço tremendo que o povo português fez para que a TAP não tenha desaparecido em 2020”.

“Temos a expectativa, como tivemos até agora, da parte dos trabalhadores, da cooperação para recuperarmos e conseguirmos salvar a companhia”, disse, afirmando ser esta a melhor forma de proteger os postos de trabalho e também de respeitar a injeção de capital que o país fez na empresa.